Quando há 15 anos a China decidiu abrigar os Jogos Olímpicos de 2008, o país montou um plano para tornar o esporte uma atividade popular no país mais populoso do mundo. Mas foi só nos últimos dois a três anos que, de fato, a China abriu o cofre ao esporte.
O reflexo disso está na derrama do dinheiro chinês no futebol da Europa ou nas ligas esportivas dos Estados Unidos, com destaque para a NBA.
E o Brasil nesse contexto? Temos exportado o pé-de-obra de cada dia para o futebol da China, um ou outro treinador. E nada mais do que isso.
O esporte, no Brasil, continua a se ver como vitrine, mas em vez de exportar o produto, exporta o talento. Nesse sentido, perdemos o bonde dos japoneses e coreanos, que tinham tudo para ter no Brasil a referência de qualidade técnica e interesse no consumo de nossos times e atletas. Depois, desperdiçamos a chance nos EUA. E, agora, chegou a vez da China.
Por incrível que pareça, já estamos atrasados para internacionalizar o esporte para um mercado com bilhões de oportunidades.
Não só o futebol, que é o carro-chefe da indústria, mas o que dizer do vôlei e do basquete? Não temos condições de levar para o mercado chinês a supremacia que há no vôlei? Não haveria interesse dos chineses em consumir nosso esporte?
Na roda do progresso do esporte como negócio, o Brasil segue na idade da pedra lascada. Ainda estamos atolados em nossos próprios problemas. Sem ver, lá fora, uma possível solução.