O Japão é um exemplo. De sociedade, de cultura, de respeito, de educação, de honestidade, de dignidade. E de tantas outras coisas. Parece-me, no entanto, que detalhar minha opinião sobre tudo que vi durante minha estada em Tóquio na semana passada, não vem ao caso. Afinal, esta coluna é focada no esporte e no marketing esportivo, certo? Então, começarei de outro jeito.
Ops.
Não, não vale a pena mudar esta primeira frase. Tem que ser essa aí mesmo. Tóquio receberá as próximas edições dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos e, seja dentro das quadras, campos, pistas e tatames, ou em tudo que envolve a competição, é, sim, um exemplo a ser seguido. A cerca de 250 dias do início da segunda vez que a cidade receberá uma Olimpíada, não tem como um morador ou um turista não saber que é ali, naquela capital cosmopolita como poucas no mundo, que a competição será disputada no ano que vem.
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O aeroporto já recepciona quem chega com as logomarcas e as mascotes olímpicas e paralímpicas. Além disso, diversas lojas já vendem itens relativos aos Jogos. Não é difícil achar canecas, chaveiros, ímãs de geladeira, canetas, lápis, broches, pins, pelúcias, camisas e por aí vai. Ao mesmo tempo, com esse ar de Olimpíada no ar, as marcas também já aproveitam para espalhar que são patrocinadoras e o mesmo acontece com a mídia.
É uma espécie de “uma coisa chama a outra”, um círculo, um ciclo, uma engrenagem que funciona perfeitamente, que se autoalimenta e que funciona.
Mas não é só isso. Diferentemente do que foi visto no Rio de Janeiro em 2016, Tóquio já tem praticamente todas as estruturas que serão usadas nos Jogos prontas. Mesmo a mais de oito meses da abertura. O sistema de transporte público é impressionante. A rede de hotelaria, enorme. E por aí vai.
Dentro do esporte, o Japan Institute of Sport Sciences (JISS) e o Ajinomoto National Training Center (ANTC) possuem estruturas que dão aos atletas do país todas as condições para alcançar a tão sonhada medalha. Não é à toa que o Japão quer saltar das 12 medalhas de ouro conquistadas no Rio para 30 em Tóquio. O país se preparou para alcançar esse objetivo e continua trabalhando, dia após dia, para chegar em julho do ano que vem e detonar o maior número possível de adversários.
Ah, e haverá, sim, um legado. No ANTC, estudantes podem usar a estrutura e é lá que novos talentos são lapidados. Na sociedade, um medalhista olímpico é respeitado, é motivo de orgulho e até venerado. Não haverá obra para ser terminada depois, e os estádios e ginásios permanecerão bem cuidados após os Jogos.
Enfim, sem querer ser repetitivo, mas já sendo: deu para entender por que não dá para não dizer que o Japão é um exemplo?
* O repórter viajou a convite da Ajinomoto