Análise: Jogos mantêm importância simbólica para países

Nos últimos anos, a sensação de custo-benefício dos Jogos Olímpicos ficou em baixa. A manobra do COI para resolver a sede dos dois próximos eventos mostra que, no atual formato, será difícil atrair novos concorrentes.

Há razão para isso. Sediar os Jogos Olímpicos se tornou uma loucura financeira muito difícil de ser justificada. A aparelhagem esportiva é, invariavelmente, um custo inútil. Não há mercado no mundo que consiga absorver a estrutura com naturalidade. Nem mesmo nos Estados Unidos.

Atenas, Pequim, Rio de Janeiro e até Londres mostram dificuldades em lidar com o legado. E quando se trata de um país pobre, como o Brasil, cria-se um empecilho político que nem sempre vale a pena enfrentar.

Ainda assim, especialmente no caso de nações ricas, há um ganho de imagem que pode valer o risco. Não surpreende que Estados Unidos e França briguem pela possibilidade de receber os próximos Jogos.

No caso francês, uma série de ataques terroristas colocaram em dúvida a cidade mais visitada em todo o mundo. E a ascensão de Marine Le Pen, derrotada nas urnas, deu a entender que os velhos valores da república estão em xeque.

No outro lado do Atlântico, a situação é parecida. Se não houve ataques em Los Angeles, o preconceito aberto chegou a presidência com Donald Trump, o que, sem dúvida, é um tranco na imagem norte-americana.

Nessas situações, os valores associados ao esporte e aos Jogos Olímpicos podem ser uma ferramenta preciosa e necessária. Especialmente caso seja considerado que o turismo movimenta 77 bilhões de euros na França e mais de US$ 200 bilhões nos EUA, anualmente.

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