Análise: Jogos Paralímpicos precisam definir como se vender

Qual é o grande apelo dos Jogos Paralímpicos? Essa deveria ser uma resposta fácil para organização e público a poucos dias do evento, mas ainda é complicado conseguir algo bem definido. E esse é um grande problema na hora de espalhar os tíquetes e chegar no número almejado de venda de ingressos.

Por ora, há uma série de fatores citados. Obviamente, todos são válidos, mas nenhum é definitivo. Oportunidade de visitar o Parque Olímpico, por exemplo, coloca as disputas paralímpicas em segundo plano. “Evento família” poderia perfeitamente ter se encaixado nos Jogos Olímpicos.

Os Jogos Paralímpicos também têm um grande problema de promoção: a menor mídia sobre o evento. E, quando ela aparece, há um exagero de foco nas histórias de superação dos atletas. Quando isso acontece, aparece uma certa vitimização deles. E o ar de ‘coitadinho’ não tem nada a ver com esporte. É, sem dúvida, mais um jeito pouco efetivo de vender o evento.

Essa deveria ser a questão central: Jogos Paralímpicos, assim como os Jogos Olímpicos, se trata da elite do alto rendimento. Nas quadras do Rio não estarão pessoas com deficiências, mas sim atletas de performances impensáveis para um simples torcedor.

Os fatores que têm sido citados podem ter algum apelo, mas não refletem essencialmente o que são os Jogos Paralímpicos. Não é uma promoção de fim de feira dos Jogos Olímpicos, muito menos uma oportunidade de ver alguém superando uma barreira física. Os Jogos Paralímpicos são um evento esportivo de primeiro nível. É isso o que tem que ficar mais claro ao espectador.  

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