Análise: Jogos provam que, no Brasil, dedicação gera resultado

Mais do que ter a maior transmissão da história no Brasil, os Jogos de Inverno contarão uma das mais legais histórias sobre a força social do esporte.

Victor Santos, de 20 anos, compete no ski cross-country, espécie de maratona realizada sobre os esquis. Victor é o primeiro atleta do projeto social Ski na Rua a disputar uma Olimpíada. 

Em 2012, quando treinava ski pelas ruas da USP, Leandro Ribela, atleta que representara o Brasil em Vancouver-2010, viu a curiosidade de garotos da favela São Remo, próxima à universidade, observando seus treinos.

Leandro emprestou seu rollerski aos meninos e começou, então, a dar aulas aos que se mostravam interessados. Naquela época, começava o embrião do Ski na Rua. Leandro atendia como podia os garotos em meio aos treinos para os Jogos de Sochi-2014. 

Victor, à época com 16 anos, ainda nem tinha conhecido a neve. Só foi no meio do ano esquiar pela primeira vez fora do asfalto. Ele teve de recorrer à internet para assistir Leandro competir, já que não houve transmissão ao vivo do atleta brasileiro na Rússia.

Quatro anos depois, o Ski na Rua atende 100 jovens de São Remo. Alguns já disseram a Leandro que verão Victor em ação na Coreia do Sul e saberão que todos eles estarão representados.

Em abril, Leandro deve fazer o tradicional jantar anual que levanta fundos para ajudar a manter o projeto que garante uma vida nova aos meninos.

Na mesma época, o COI deve lançar um documentário que conta a história de Leandro, do Ski na Rua e de como jovens da periferia de um país tropical agora não só conhecem neve, mas fazem dela um meio de vida.

Dedicação gera resultado. Leandro e, agora, Victor são provas vivas disso.

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