Análise: Jornalismo olímpico tem que buscar equilíbrio

Em um país em que o futebol monopoliza as atenções, o jornalismo precisa ser ainda mais criterioso quando examina os esportes olímpicos.

Normalmente, os brasileiros só prestam atenção em modalidades como canoagem e luta livre a cada quatro anos, na Olimpíada. Ou, se formos bastante otimistas, também em anos de Pan.

O fato relevante para se tentar fazer do Brasil uma nação olímpica serão os Jogos do Rio de Janeiro-2016. Beneficiado por nossos atletas conhecerem os campos de disputa e terem apoio da torcida, Ministério do Esporte e Comitê Olímpico do Brasil lançaram objetivo ambicioso de colocar o país no top 10 do quadro de medalhas.

Diante da meta meio utópica, dois tipos de cobertura grassam na imprensa. Há os entusiasmados, que preveem campanha histórica. O Brasil não passou do 16º lugar no Mundial masculino de handebol. Mesmo assim, tornou-se candidato ao pódio. Um especialista ressaltou que vislumbrava medalha no basquete feminino. A equipe ficou em quarto no Pan. É razoável pensar que dificilmente estaria no Rio se não tivesse garantido vaga olímpica como país-sede.

Por outro lado, há os excessivamente críticos. Para esses, o terceiro lugar no Pan ou a nona posição no Mundial de esportes aquáticos foram campanhas vergonhosas. Não. Estar atrás de EUA e Canadá nas Américas e ganhar 7 medalhas em Kazan refletem apenas o tamanho do país nesses eventos.

O equilíbrio de cobertura está entre esses dois tipos de profissional. Esse será o grande desafio do jornalista esportivo para os Jogos do Rio-2016.

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