Análise: Libertadores é a mesma de sempre

A Libertadores continua a mesma. Um ano após a chegada da FC Diez e a promessa da Conmebol de mudar a imagem do torneio sul-americano, a mais importante disputa de clubes do continente permanece uma absoluta várzea. Neste ano, teve um pouco de tudo: jogador irregular, regras ignoradas, WO. E, claro, o torneio terminou com um dos seus episódios mais patéticos.

Infelizmente, há mais uma má notícia: a tendência é de manutenção dos problemas. Isso porque o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, teve a capacidade de afirmar em nota oficial que os problemas da decisão não eram culpa da entidade, em uma clara falta de noção das responsabilidades mínimas de uma entidade que organiza eventos esportivos. Sem assumir os erros, fica difícil corrigi-los.

A situação aconteceu porque a Conmebol tem um longo histórico de conivência com os maiores absurdos recentes vistos no futebol. Foi o caso do último embate entre Boca Juniors e River Plate, em que o time da Bombonera teve punição mínima após o caso do spray de pimenta.

Evidentemente que a Conmebol não pode ser responsável direta pela segurança de todos os jogos, mas cabe à entidade estabelecer um manual de práticas obrigatórias, com responsabilidades mínimas para cada um que organiza o evento. E com punições bem estabelecidas a cada quebra de protocolo. É o que faz a Uefa e qualquer entidade esportiva séria ao redor do mundo.

Basicamente, a Libertadores deveria ter regras específicas para a chegada em segurança do Boca ao estádio. Sem seguir o padrão imposto, o River deveria ter claro qual seria a sua punição. E, com a agressão direta a um jogador, o mínimo que se esperava era a punição esportiva ao clube que errou. Algo que hoje não poderá acontecer porque não há nada claramente estabelecido. Por culpa da Conmebol, obviamente.

Há alguns dias, a Máquina do Esporte mostrou como a FC Diez tem sido eficiente na busca de novos patrocínios para a Libertadores, mesmo sem o torneio ter melhorado sua imagem. Agora, está claro que, caso a agência queira triunfar, terá que se impor em questões esportivas. Se o torneio for gerido dessa maneira, será impossível realizar qualquer trabalho responsável nos bastidores. Não há credibilidade que consiga ultrapassar a barreira do óbvio que é a falta de organização das partidas da competição.

A Libertadores e o futebol sul-americano sofreram um duro golpe no fim de semana. E não foi exceção. Há um enorme caminho para curar as feridas mais recentes.

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