Receber os Jogos Olímpicos demanda um grande esforço político e financeiro da cidade e país sede. O Brasil já sente esse peso antes do evento de 2016, graças a uma Copa do Mundo marcada por gastanças inúteis que revoltaram parte da população. No futebol, o tal legado virou piada.
O benefício deixado pelas estruturas montadas é o único argumento para um país investir bilhões no evento, mas não faltam exemplos do quanto isso é difícil de tornar realidade. O Brasil é um caso de insucesso nesse sentido, seja com o Pan-Americano de 2007 ou com a própria Copa do Mundo.
Mas a dificuldade não é exclusividade de terceiro mundo. Sidney, por exemplo, está longe de ser um bom exemplo. A cidade mais populosa do país vice-campeão em IDH tem um parque olímpico vazio em pessoas e negócios. Longe, claro, do abandono que afundou a Grécia após os Jogos de Atenas, em 2004.
Planejamento tem sido a ordem para que Londres fuja dos cenários mais perversos. É visível que o Parque Olímpico está longe de ser um grande sucesso urbano, mas há um esforço permanente para isso. A área, mais pobre, já recebia investimentos antes dos Jogos. Hoje, há incentivos para a população e para a empresa. O local ainda abriga um hub de transporte público, com ônibus, trem e metrô.
No Rio de Janeiro, há a clara impressão de que o problema não é tratado como algo realmente complexo. Mais uma vez.