Análise: Manutenção dos Estaduais é constrangedor para futebol

Afinal, para que servem os Estaduais atualmente? Em uma rápida passada de olho na rodada do fim de semana, há uma conclusão pouco agradável. Hoje, os torneios são inoportunos para a parte técnica e somam pouco a questões comerciais. O que sobra para manter um torneio?

No aspecto técnico, é muito fácil ver o prejuízo. Além do baixo nível dos jogos, os Estaduais atrapalham diretamente a pré-temporada dos times brasileiros. E eles são os principais responsáveis pelo inchaço do calendário nacional, um problema que assombra o futebol brasileiro há anos.

Comercialmente, há pouco o que acrescentar. Especificamente em São Paulo, no mais rentável torneio regional, a televisão rende R$ 15 milhões aos quatro grandes. Considerando os faturamentos de 2016, o valor significa, no máximo, 5% dos que os times ganham. Qual é o sentido de jogar cinco meses por 5%? Caso o time seja campeão paulista, a premiação é de R$ 5 milhões, ou 10% do que uma equipe ganha hoje na Copa do Brasil.

Outra falácia que ecoou ao longo dos anos é do apelo popular, com a festa do interior e a alegria dos clássicos! Infelizmente, no sábado, Fluminense e Botafogo jogaram no Maracanã para 8 mil pessoas. No domingo, o São Caetano inverteu o mando de campo e levou a partida contra o Corinthians ao Pacaembu. E conseguiu um dos piores públicos do time rival na capital paulista nos últimos anos, com 7 mil pagantes.

O problema é que a existência dos Estaduais é pouco discutida. Existe um elefante de cinco meses no calendário que é um fardo técnico e é economicamente prescindível. E poucos estão constrangidos com a situação.

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