Análise: Maratona de Boston se reinventa após atentado

Nesta segunda-feira (16), Boston parará mais uma vez para seu mais tradicional evento: a Maratona. A atual edição será a quinta desde os atentados de 2013, quando três pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas na linha de chegada da corrida. E não há dúvida: o evento superou a tragédia.

Curiosamente, na efeméride completada em 2018, a cidade celebrará pela primeira vez a marca de US$ 200 milhões movimentados pelo evento. A conta considera desde os gastos dos turistas até os valores de patrocínio da Maratona. Economicamente, ela nunca foi tão importante para Boston como é hoje.

Além do choque em 2013, viveu-se na época a apreensão de que os atentados diminuíssem o peso econômico da prova. O pior exemplo vinha de Nova York, que viu a receita com turismo cair em mais de US$ 300 milhões após o 11 de setembro de 2001. Mas, como em poucos casos, o atentado de Boston virou uma bandeira de resistência da cidade. E tornou a Maratona uma espécie de símbolo da liberdade.

Em 2014, um americano venceu a prova depois de 31 anos. Em 2015, uma vítima que perdeu uma perna completou os 42 quilômetros com uma prótese. O atentado virou filme em 2016. As histórias ainda se uniram ao caráter liberal do Estado de Massachusetts; neste ano, foi oficializado que transgêneros podem correr dentro da categoria em que se sentem identificados. 

Hoje, a mensagem “Boston Strong”, mantra pós-atentado, permanece espalhada pela cidade.

A Maratona de Boston é um bom exemplo do quanto o esporte pode contar ótimas histórias, mesmo nos seus piores momentos. E ótimas histórias sempre levarão multidões dispostas a ouvi-las.

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