Análise: Marcas precisam ir além de 2016 se quiserem ganhar com Olimpíada

A troca de Cafu por Bernardinho e Fernanda Venturini é um movimento relativamente natural que a Liberty Seguros faz no esporte. A Copa do Mundo acabou, os Jogos Olímpicos se aproximam, nada mais óbvio do que sair de um evento e caminhar em direção ao outro.

Mas qual o impacto que esse movimento tem na cabeça do consumidor? Essa é a pergunta que as marcas precisam fazer antes de voltar a investir no esporte ou a, pelo menos, ampliar o investimento que é feito.

Ainda mais no mercado de seguros, que vive uma boa disputa entre os patrocínios esportivos, cada passo dado pelas empresas precisa ser muito bem calculado. A Liberty corre, hoje, o risco de ser vista como “aproveitadora” do esporte, sem ser de fato uma marca engajada com ele.

Antes da Copa, não havia vínculo da marca com o esporte no país. A empresa pegou o Mundial, contratou Cafu, fez mídia em TV, revista, internet e jornal. Deu resultado, tanto que, seus concorrentes se mexeram. A Allianz fechou o naming rigth do estádio do Palmeiras, a Seguros Unimed foi para a CBF, a Bradesco Seguros para o Rio-2016, a Mapfre investiu no tênis. Tudo isso depois da Liberty na Fifa.

Agora, a marca foi para as Olimpíadas, com o rosto que é quase certeza de medalha. Mas qual o legado que a Liberty deixa para o investimento feito na Copa-2014?

Seus concorrentes estão com contratos pelo menos até 2019 no futebol. E a marca que esteve na Copa já saiu dela para investir num rosto ligado diretamente às Olimpíadas?

Para ter engajamento do fã, é preciso ter consistência. Não se pode ir de uma plataforma a outra sem criar uma história. Quem quiser uma medalha em 2016 precisa pensar muito além do Rio. Ou deixará a imagem de mero aproveitador do evento.

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