Análise: Marketing esportivo do Brasil precisa amadurecer

A polêmica sobre a venda de pacotes de viagens para a Copa América do Chile escancara a falta de maturidade do marketing esportivo brasileiro.

Para tudo tem-se a tendência de dar um “jeitinho”. Já que não se pode usar oficialmente o nome do torneio, chama-se a competição de “principal torneio entre as seleções da América, organizado pela Confederação Sul-Americana de Futebol, que ocorrerá no Chile entre 11 de junho e 4 de julho”. E está tudo certo.

A Stella Barros, agência do Grupo Águia, ostensivamente anuncia viagens ao país com comercialização de ingressos para os jogos do Brasil, algo que notoriamente não tem direito. Sabe-se lá como essas entradas foram adquiridas. A Traffic, gestora comercial da competição, garante que não disponibilizou nenhum bilhete a concorrentes da TAM Viagens, operadora oficial do torneio.

No ano passado, os organizadores divulgaram a venda de dez cotas de patrocínio, em dois diferentes níveis, com a expectativa de arrecadação de US$ 80 milhões. É um valor modesto se comparado com a Eurocopa. Mas bem razoável para o tamanho do mercado sul-americano.

A reação de Traffic e TAM Viagens para o marketing de emboscada feito pela concorrente foi tímida. Para que os torneios disputados deste lado do oceano cresçam, é necessário amadurecimento do mercado. E isso passa pela proteção dos direitos de propriedade do evento e pelo respeito dos concorrentes. Já passou da hora. 

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