Para que serve o marketing esportivo? A pergunta invariavelmente é feita quando empresas reorganizam verbas e, pelo menos aqui no Brasil, acabam levando à conclusão de que investir no esporte pode não ser boa estratégia.
O grande problema está em nossa cultura. Entendemos, quase sempre, o esporte como um meio de dar para uma marca bastante exposição de mídia, relegando a função do esporte como ótima plataforma para vender.
No início da madrugada do último sábado, a Nike fez uma ação mundial no atletismo ao propor a quebra do recorde de 2h na maratona. Com direito a transmissão ao vivo pelas mídias digitais, a marca engajou o mercado de corrida ao fazer as pessoas olharem para suas redes sociais por 2h para ver se o recorde seria quebrado.
Quando lançou o “Breaking2”, fiz uma crítica à marca por fazer uma ação que não tinha validade esportiva, já que o recorde nunca seria validado pela Iaaf. Ou seja, não teria a chancela oficial de quebra de recordes.
Ao ver a repercussão que a primeira transmissão da quebra de recorde causou, não só no Brasil, tive de reconhecer que a Nike foi genial. E usou perfeitamente o princípio do marketing.
As pessoas fanáticas por corrida viram que o produto que ela fez, de fato, ajuda a aumentar a performance do atleta. E, muito provavelmente, vão querer comprar o tênis lançado especificamente para esse desafio.
Marketing esportivo precisa vender. As marcas de material esportivo, por viverem disso, sabem muito bem usar o potencial do esporte para vendas.
E por aqui? Enquanto olharmos o esporte como uma plataforma de mídia mais barata, vamos sempre cortar a verba usada nele na hora da crise.