Análise: Marketing precisa arriscar para faturar

Na última semana, a companhia aérea GOL passou a ser alvo de uma investigação do Procon pela venda de bilhetes promocionais durante o jogo entre Brasil e Venezuela, pela segunda rodada da fase de grupos da Copa América.

A ação criada pela empresa junto com a Brahma, de vender um lote de passagens para destinos internacionais a R$ 3,90, causou enorme repercussão, fez o site da companhia “bombar” no horário em que começou a partida do dia 18 de junho e, no final das contas, cumpriu o objetivo de promover a empresa e o torneio patrocinado. 

Nesta quinta-feira (27), antes do jogo do Brasil contra o Paraguai, que valeu a vaga para as semifinais, outra vez a GOL causou alvoroço com uma iniciativa ligada ao patrocínio à seleção e à Copa América. Dessa vez, uma parceria com o Guaraná Antarctica levou uma máquina de impressão de bilhetes de voo em latas de refrigerante. A iniciativa ocorreu no aeroporto de Congonhas, num embarque de voo para Porto Alegre, com a presença dos mascotes Canarinho (da seleção) e Zizito (da Copa América). 

Agora, já existe a expectativa para o que a marca vai fazer para o jogo da semifinal, contra Argentina ou Venezuela. A dor de cabeça que a promoção da passagem a R$ 3,90 causou, porém, pode fazer com que a ousadia deixe de ser a marca das próximas ativações da GOL. 

Mas, por outro lado, a repercussão gerada por essas ações mostra como o patrocinador é importante para promover uma competição. Não fossem as ações feitas pela GOL até agora, não haveria qualquer desdobramento da Copa América para além do jogo. Estaríamos com os olhos voltados exclusivamente para o gramado, já que a outra grande iniciativa de um patrocinador do torneio foi da Brahma, de criar suas arenas de exibição pública da Copa América nas cinco sedes do evento, mas mesmo assim só nas partidas do Brasil.

Arriscar é uma obrigação de qualquer departamento de marketing, por mais dor de cabeça que isso possa causar para a marca. Para o sucesso de uma iniciativa de marketing, é preciso tentar levar para o maior número de pessoas possível sua marca. 

O maior benefício de patrocinar o esporte (e, no caso brasileiro, ainda mais sendo esse esporte o futebol) é poder alcançar muita gente tendo a favor um canhão de comunicação em massa. Só que, para isso ter realmente sentido, é preciso criar iniciativas dentro das propriedades patrocinadas. A GOL, até agora, tem sido uma das poucas marcas a perceber isso nessa Copa América. E tem salvado o torneio com isso.

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