Análise: Mercado esportivo foi superestimado em megaeventos

O mercado esportivo do Brasil tem crescido nos últimos anos, mas ainda está longe do amadurecimento necessário para sustentar grandes complexos comerciais. O discurso oficial de que isso seria simples após os megaeventos foi uma grande falácia, e hoje isso está bastante claro.

Os problemas acontecem em mercados ricos, como é o caso de São Paulo. A Arena Corinthians tem alto rendimento no ano, mas ainda não consegue cobrir o custo de sua construção. Quando mercado é menor, como Cuiabá, por exemplo, a crise financeira dos estádios é completa.

Quanto ao complexo olímpico, o melhor exemplo de tamanho do mercado é a Arena do Flamengo. O ginásio a ser construído na Gávea será moderno, mas acanhado e simples. Possivelmente, ele irá se sustentar financeiramente porque está no tamanho correto do maior time de basquete do país. A Rio Arena e a Arena Carioca 1 são desprezadas pelo clube porque estão completamente fora da realidade financeira do time.

Criou-se a ilusão que, após os megaeventos, propriedades como camarotes e cadeiras VIPs seriam disputadas pelo mercado, mas o Maracanã deixou claro que não será tão simples, com faturamento limitado por ora.

Atualmente, o esporte mais popular do país, o futebol, ainda é incapaz de lutar estádios. A tendência é de melhora, mas a mudança será naturalmente lenta e gradual. Até lá, sobrarão arenas insustentáveis pelo país.

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