Modelo de distribuição de renda dos recursos arrecadados com direitos de TV, a Premier League sofreu um abalo em seu mundo perfeito.
Os chamados “Big Six”, os seis principais clubes da Inglaterra (Manchester United, Manchester City, Liverpool, Arsenal, Chelsea e Tottenham) pediram que 35% do faturamento com vendas internacionais de transmissão dos jogos fossem distribuídos de acordo com a classificação no torneio. Atualmente, esse montante, de 3 bilhões de euros, é repartido de maneira igualitária.
Os clubes tiveram até o insuspeito apoio de equipes menores, como Leicester, Everton e West Ham, que costumam frequentar a rabeira da tabela. Mas a proposta não vingou. A maioria dos times sabe que a medida só favoreceria os “Big Six”, que ocupam no momento as seis primeiras posições no Campeonato Inglês.
O modelo de distribuição de renda da Premier League é inspirado em sistemas semelhantes das grandes ligas dos EUA, particularmente a NFL.
É justamente ao dar condições financeiras mais igualitárias a todas as equipes que o torneio ganha competitividade. Em linhas gerais, foi o que a Premier League tentou fazer, mesmo sem assegurar o mesmo nível de disputa. Desde 1992, ano de sua criação, só seis times levaram o título, com domínio dos “Big Six”, donos de 23 das 25 taças.
Apesar disso, o modelo atual faz da Premier League o principal torneio nacional de clubes do planeta. Aparentemente, isso não basta aos seis grandes, “prejudicados” por uma disputa doméstica forte e que têm colecionado fracassos nos torneios europeus.