Análise: Mudança na Copa do Mundo é tiro no pé

Apesar da oposição dos clubes europeus, a Fifa deve oficializar o inchaço da Copa do Mundo para 48 seleções. Por trás de um incremento de 50% no número de participantes está a promessa de tornar o Mundial mais atraente em nível global.

Com mais países, os direitos de TV serão mais caros. Para a Fifa, a presença de países superpopulosos na Copa como China e Índia servirá para abrir fronteiras e aumentar a arrecadação com patrocinadores.

Por trás da iniciativa também está uma promessa de campanha de Gianni Infantino de dar mais peso à periferia da bola. Afinal, nações hoje fora da elite terão a chance de disputar o primeiro Mundial. Segundo o site “Terra”, caso tivesse sido implantado para a Copa de 2014, Uzbequistão, Qatar, Jordânia, Omã, Etiópia, Burkina Faso, Panamá, Venezuela e Islândia teriam estreado no torneio.

A opção eleitoreira de Infantino não é algo novo na Fifa. Em 1974, João Havelange foi eleito com a promessa de elevar o número de seleções de 16 para 24 a partir de 1982. Com isso, abriu mais vagas para África e Ásia, seus principais cabos eleitorais. Ao ser empossado, Joseph Blatter aumentou em 33% no número de participantes do Mundial de 1998.

No limite, a Copa com 48 países pode despertar mais interesse da torcida e arrecadação aos cofres da entidade. Mas o nível técnico irá desabar. Como atração esportiva, o Mundial perde valor.

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