Nenhuma entidade esportiva foi mais atingida pelos escândalos de corrupção da Fifa do que a Conmebol. Nem a própria Fifa. Desde 2013, a Confederação Sul-Americana de Futebol teve três de seus cinco presidentes presos.
O paraguaio Nicolás Leoz, que reinou na entidade por 27 anos, teve que renunciar por receber propina. A partir daí todos os presidentes da Conmebol completaram apenas um ano de mandato. Eugenio Figueredo cumpre prisão domiciliar por lavagem de dinheiro. Juan Ángel Napout, seu sucessor, foi extraditado para os Estados Unidos e também segue preso em casa.
Por ora, apenas Wilmar Valdez, que cumpriu um mandato tampão, e Alejandro Dominguez, o atual presidente, não têm problemas com a Justiça.
Mas criar uma percepção de mudança na Conmebol vai muito além de terminar o mandato. Dominguez tem desafios imensos. Enquanto a América do Sul se viu parada no tempo, a Uefa tornou a Liga dos Campeões um evento relevante e de interesse global para fãs e marcas.
A Conmebol, por sua vez, ainda não tomou medidas eficazes para combater problemas como falta de segurança, racismo ou condições mínimas de jogo.
Times medíocres ainda usam a altitude como arma. Recentemente, o Palmeiras teve que levar um exército de seguranças para garantir a integridade física de seu elenco.
Há dois anos, a Conmebol pôs panos quentes na punição ao Boca, após um torcedor atacar atletas do River Plate com spray de pimenta.
Para efetivamente se tornar atraente ao mercado, não basta mudar o logo. Adotar medidas rígidas, que promovam um torneio em que de fato o melhor time seja campeão, já seria o primeiro passo.