Análise: Não há sucesso em arena sem público constante

Entre todas as novas arenas do Brasil, o Maracanã era aquela com maior potencial de sucesso. Essa suposição tem pouco a ver com a história ou o tamanho do estádio, mas sim com o número de matchday que o local tem potencial para receber em um ano. O dia de jogo é a peça-chave para o sucesso.

Em comunicado à imprensa, o Maracanã chegou a citar como exemplo o Staple Center em Los Angeles como modelo a ser seguido. Hoje, o ginásio é considerado a estrutura esportiva mais lucrativa do mundo, mesmo com sua capacidade limitada a menos de 20 mil cadeiras, um quarto do estádio carioca.

Seu sucesso não se baseia, no entanto, na arrecadação de ingressos, da mesma maneira que almejava o consórcio do Maracanã. O Staple Center é um sucesso porque ele é a casa de quatro equipes, três de basquete e uma de hóquei. Isso assegura 140 matchday anuais ao local.

O que faz um estádio ser bem-sucedido é a sua capacidade de servir torcedores durante uma partida. E quanto mais partidas, mais público e mais valiosas são as propriedades oferecidas. Pouco importa ter capacidade para receber um shopping center se não há a garantia de milhares de torcedores.

Fundamentalmente, foi esse o grande fracasso do Maracanã. Os quatro times do Rio ficaram limitados a dois. E com média de público baixa, por vezes insustentável. Para aumentar, era necessário baixar o preço do ingresso, mas isso faria com que os times e concessionária ficassem com menos receita em curto prazo. 

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