Análise: Não houve Brasileiro para patrocinadores

É preciso checar nas imagens de celebração ao título palmeirense para confirmar: a Assaí permanece como patrocinadora principal do Campeonato Brasileiro. Para citar outro parceiro do maior e mais importante torneio do futebol nacional, só com fotos de placas de campo. Não há comunicação oficial da competição com o torcedor. Ativação além da exposição parece uma realidade consideravelmente distante.

O Campeonato Brasileiro de 2018 foi encerrado neste fim de semana e, mais uma vez, passou praticamente em branco para o mercado de patrocínio do Brasil. Não houve anúncio nas redes sociais ou festa privada. Não há nada que remeta às melhores práticas de ativação no esporte. Não há nem mesmo uma clara definição de patrocinador.

Esse é um problema grande do mercado esportivo brasileiro. O maior produto do esporte nacional não pode ficar à margem daquilo que se espera minimamente de um segmento mais bem desenvolvido. Parece que o Campeonato Brasileiro parou no tempo.

E parou sozinho. A Libertadores, por exemplo, tem sido citada constantemente pela falta de organização, mas há alguns anos que tem uma preocupação maior com patrocinadores e parceiros comerciais.

No mercado nacional, a Copa do Brasil já se apresenta com um grupo de patrocinadores definidos, que cada vez mais ativam o torneio. A Continental, por exemplo, faz ações de relacionamento com frequência.

O problema é antigo: não há ninguém que pense o Campeonato Brasileiro como um produto. A organização da CBF negligencia essa responsabilidade, a ponto de achar natural partidas com times desfalcados pela Copa do Mundo ou viradas de mesa. A Globo, por sua vez, paga pelo torneio diretamente aos clubes. Ninguém reclama, e o jogo segue.

O risco é evidente. Aquele que deveria ser o mais importante torneio do esporte nacional pode virar figurante frente aos avanços de Copa do Brasil e Libertadores. O Campeonato Brasileiro não consegue se promover para o mercado e tampouco se promove para os torcedores. A responsabilidade fica toda para os clubes, que não têm um órgão definido para unir as vozes em torno de um objetivo em comum. Uma bagunça.

Na última semana, o 1º Fórum Máquina do Esporte recebeu um representante da LaLiga para falar do torneio. Isso no Brasil, um mercado que não tem um representante bem definido para falar do Brasileirão. Nesta edição do Boletim, temos a notícia da Bundesliga fechando parcerias para aumentar a influência na Índia. Tem como imaginar algo do tipo aqui? Já passou da hora de mudar o modo de pensar o futebol no Brasil.

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