Análise: NBB se mostra à prova de crise

No esporte, de maneira geral, há um discurso que se repete: a dificuldade de conseguir patrocínios está ligada à crise econômica que o país vive. Em confederações, as marcas foram embora após os Jogos Olímpicos. Em clubes de futebol, os valores despencaram nas últimas temporadas. E, em meio a esse cenário, está o Novo Basquete Brasil (NBB), mais uma vez com novos contratos de patrocínio.

O NBB apresentou nesta semana novos acordos com a Budweiser e com a Plastubos. Isso na liga que pode se gabar de ter mantido a Caixa, graças a um raro acordo de longo prazo fechado com o banco estatal. Aparentemente, a crise econômica ainda não chegou no principal torneio de basquete do esporte brasileiro.

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Na verdade, certamente a liga sente os efeitos da crise, mas eles são amenizados porque a entidade sabe há muito tempo a importância da entrega aos seus parceiros, mostrada em movimentos constantes por mídia e por ativações. Quando se há esse tipo de apoio profissionalizado, é mais fácil e mais confortável assinar um acordo.

Essa entrega começa pela mídia. O NBB, que resolveu abrir mão da Globo na última temporada, permanece no esforço de distribuir seu conteúdo a diversos parceiros. A última novidade foi o acordo com o DAZN, sistema de streaming que tem ganhado espaço no mercado nacional. Além, é claro, da renovação com a Band, que garante os jogos em televisão aberta. As novas iniciativas deixam claro que possíveis problemas, como o desentendimento com a ESPN no início deste ano, são rapidamente contornáveis pela entidade, o que é um alívio para os parceiros.

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Para além da mídia, o NBB continua com um esforço enorme para dar propriedades exclusivas aos seus parceiros, uma estratégia mais comum no esporte americano. Dessa vez, a Plastubos ganhou o direito de ser a marca da “defesa” no basquete, com a inclusão até da premiação aos melhores “tocos” das partidas do torneio.

Nesta década, o NBB foi o grande case de gestão de esporte no Brasil. Com a gestão de clubes e um ambiente profissionalizado, a liga assumiu um Campeonato Brasileiro que nem mais existia e o transformou, em poucos anos, em um produto atrativo e seguro para torcedores, mídia e patrocinadores.

Pelo jeito, as coisas continuarão assim na próxima década. Mesmo no momento delicado vivido pela economia brasileira, a liga tem se mostrado forte. Tem custado um enorme esforço nos bastidores, é verdade. Mas ela segue como luz para o desenvolvimento do esporte nacional.

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