A notícia de que mais um esporte no Brasil decidiu criar um modelo próprio de geração de imagens de sua competição mostra que a necessidade tem impulsionado o mercado à frente.
Após décadas apoiados num modelo de negócios com a mídia nada salutar, o Brasil começa a sair do primitismo. Não tem sentido, para ninguém, uma emissora de TV bancar os custos de transmissão do evento e, ainda, ter de financiar a modalidade com dinheiro.
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O esporte por aqui sempre viveu de um modelo que foi criado nos anos 80, quando ele era fator fundamental para a geração de audiência e faturamento às poucas emissoras existentes.
Hoje, com uma internet de alta velocidade, aparelhos móveis e extrema facilidade na captação e geração de imagens, não faz sentido apostar num modelo que era baseado na inexistência da TV por assinatura, o que dirá da internet e do mundo ultraconectado.
O que preocupa, porém, é que essa mudança no mercado não parte de uma conscientização dos gestores do esporte de que eles precisam ser os donos de tudo o que se refere a seu produto, mas de uma necessidade.
Necessidade da Globo! Ela não pode mais investir tanto no esporte.
E, sem ter a exposição dada por ela na TV (aberta ou fechada), o esporte hoje está numa encruzilhada. Ou acha um caminho para gerar suas imagens para os torcedores, ou verá a morte de seu principal produto, que é o evento.
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Quem acordou para isso, há quatro anos, foi o basquete. Agora, outras modalidades começam a correr atrás. O problema é que elas estão ainda sem saber como lidar com a produção de conteúdo.
O pensamento do gestor esportivo no Brasil continua focado 100% na performance esportiva.