Eu sou só um menino querendo jogar bola. A frase que Neymar usou para se defender das primeiras críticas que surgiram sobre seu estilo de ser foi mais ou menos essa. À ocasião, a propaganda para o Dia dos Pais da Nextel acertou em cheio. Na mensagem e no estilo que veio consolidar o maior jogador do Brasil na era moderna. Ao menos no que diz respeito ao faturamento publicitário.
À época, recém-profissionalizado, Neymar era um estouro. De bola, de mídia, de marketing. Queria tchu, queria tchá e tchu-tchu-tchá, tudo junto e misturado. Era a ousadia e a alegria que precediam a euforia da Copa do Mundo no Brasil. Neymar era o resgate do sonho já vivido com Romário, Ronaldo, Ronaldinho. Era o que Robinho parecia que iria ser, mas nunca conseguiu. Era o craque que nos fazia falta.
Por isso mesmo, quando Neymar pai saiu em defesa de “Juninho” na publicidade, consideramos aquilo genial. Afinal, ele era só um garoto querendo jogar bola. O tal garoto parecia ser um ímã para atrair confusão dentro e fora de campo, mas qual garoto não passa dos limites, não é?
Agora, aos 27 anos, Neymar de novo é ligado a uma enorme confusão. Que se soma a um semestre de muita polêmica que ofusca até a boa bola que jogou.
Acusação de estupro é algo muito grave. Requer apuração da Justiça e resposta na mesma esfera. Mas parece que Neymar teima em ser apenas o menino que quer jogar bola. O ataque feroz que fez à acusadora para mais de 120 milhões de pessoas em sua conta no Instagram é de uma estupidez tremenda. Se poderia provar que foi vítima de extorsão na Justiça, dificilmente Neymar terá como escapar de uma punição pesada pelo crime cibernético cometido.
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E é isso que parece não entrar na cabeça de Neymar. Ele não pode mais ser apenas um menino querendo jogar bola. Erros todos cometemos. Com 5, 15, 25, tomara que até os 95 anos possamos cometer erros pela vida. Mas, de preferência, que não sejam os mesmos do passado. Neymar insiste nisso. Em errar como sempre no gerenciamento de sua imagem. A punição esportiva que recebeu da Uefa já deveria ter ensinado que o Instagram é a extensão da sua vida e que ele pode ser punido. Agora, com a Justiça em seu encalço, ele não poderá dizer que é só um menino jogando bola.
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Neymar é a maior marca do futebol brasileiro. Não pode gerenciar sua carreira como se fosse o filho pródigo, que sempre terá o pai para lhe perdoar a cada tropeço. Ele ainda é um menino jogando bola. E isso é pouco para a marca que representa.