Arthur Nory é um grande exemplo do quanto que o despreparo no gerenciamento de imagem pode ser prejudicial a um atleta. Após a conquista de uma medalha olímpica, provavelmente o momento mais importante de sua carreira, muito se falou na imprensa sobre declarações racistas em seu passado. Em redes sociais, houve internautas recusando celebrar sua vitória por esse fato.
Eu não conheço Arthur Nory. Não sei se ele é um mau caráter ou se cometeu a terrível inocência de achar que uma piada é só uma piada em um país como o Brasil. Honestamente, acredito na segunda opção. Uma coisa é fato: condená-lo eternamente por uma declaração imbecil feita por um garoto de 20 anos não será feito jamais neste espaço.
Ressaltado isso, o vídeo jamais poderia ter sido divulgado. Qualquer atleta profissional de uma grande confederação deveria ter o mínimo de instrução para saber que o comentário a um colega negro era absolutamente inapropriado. Deveria, também, saber fazer um melhor uso de redes sociais, falar com a imprensa e se relacionar com patrocinadores e com potenciais patrocinadores.
Nory não foi o único. O nadador Bruno Fratus desfilou grosseria a uma jornalista após uma derrota. E não parou: justificou o ato com declarações estapafúrdias, dizendo-se genuíno. O nadador havia conseguido um grande feito: foi o sexto melhor do mundo em sua prova. E ainda assim conseguiu sair da piscina como vilão. Só ele perdeu com o despreparo.
O colega Adalberto Leister Filho usou esse espaço para dizer que atletas brasileiros são “mimados”. Mas como tamanhas trapalhadas, está cada vez mais difícil para mídia, público e patrocinador dar algum mimo àquele que não alcança o ouro.