Análise: Novo gigante abala mercado esportivo no Brasil

Nos anos 70, época de formação dos conglomerados jornalísticos nos EUA, Allen Neuhart destacava-se como executivo da cadeia de jornais Gannett. Em uma reunião, perguntaram a ele se o nome da empresa era Gannétt ou Gânnett. “A pronúncia correta é dinheiro”, respondeu.

Desde então, a concentração da mídia só se acentuou, favorecida por governos neoliberais nos anos 80, como os de Margareth Thatcher (Inglaterra) e Ronald Reagan (EUA).

Novo patamar foi atingido com a aquisição de parte da Fox pela Disney. O negócio, avaliado em R$ 200 bilhões, faz com que Fox Sports e ESPN passem a ter o mesmo dono no Brasil.

O grupo une atrações como NBA, NFL e Premier League (ESPN) a Libertadores, Copa Sul-Americana, Copa do Brasil e Copa do Mundo 2018 (Fox Sports).

Especula-se que a fusão gera uma sinergia, com as operações em São Paulo sendo comandadas pela ESPN e, no Rio, pelo Fox Sports. No jornalismo, sinergia é sinônimo de demissões.

A nova configuração põe em risco SporTV (Globosat) e Esporte Interativo (Turner). Ambos os grupos podem virar peixe pequeno diante da magnitude da nova concorrente. Que lógica emerge da união entre ESPN e Fox Sports? Se vivo fosse, Neuhart responderia, sem titubear: “Dinheiro”.

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Esta foi minha última coluna na Máquina do Esporte. Deixo o site após pouco mais de três anos de muitas conquistas e aprendizados. Nesse período, crescemos nas redes sociais, ampliamos o público da newsletter, realizamos cursos de marketing e eventos para patrocinadores. Agradeço pela oportunidade. A partir desta segunda-feira inicio um novo desafio, como editor de esportes do portal R7.

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