Análise: O espetáculo do ridículo no UFC

Há pouquíssimos anos, o UFC era tratado como o grande evento em ascensão dentro do cenário esportivo brasileiro. Chegou ao absurdo de ser comparado ao futebol, com declaração de Dana White, o chefão da liga, dizendo que o MMA ganharia em popularidade no país.

Alguns episódios recentes, no entanto, afastam o UFC da ideia de um evento esportivo sadio, ideia sempre divulgada pelos seus realizadores. E começa, portanto, a dúvida se o público e os patrocinadores irão tolerar os escorregões sobre essa linha cada vez menos tênue.

Um dos desafios do UFC, por exemplo, era afastar a imagem de um evento violento para se aproximar de algo técnico. Um esporte, basicamente. Quando Jon Jones sai no braço com seu oponente em um encontro de promoção, essa ideia fica insustentável. E fica mais problemático quando o episódio se torna recorrente, como é o caso.

Ao sair da imagem de uma luta para um briga de rua, a Nike, aparentemente, não tolerou a associação. O rompimento de contrato da empresa com Jon Jones é um ótimo sinal do que deve ser tolerável para uma empresa absolutamente concreta no mercado.

Agora, Wanderlei Silva completa o desserviço à categoria ao chamar publicamente de “filhos da puta” aqueles que o expulsaram dos octógonos. O atleta se recusou a passar pelo antidoping.

Se quiser permanecer grande, Dana White precisa gerenciar a crise de imagem com urgência. Caso contrário, será difícil conseguir credibilidade para o circo que foi criado. 

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