Análise: O futebol deve olhar para a experiência

Recentemente, participei de uma palestra abordando a importância do marketing de experiências para o esporte. Na oportunidade, fiz algumas perguntas para a plateia, que tinha uma idade média de 30 anos. Quantos aqui torcem por um time de futebol? 70% da plateia levantou a mão. Quantos aqui já receberam uma carta do seu clube agradecendo os seus 30 anos de relacionamento? Ninguém levantou o braço.

E é aqui que está a oportunidade. A relação de paixão e amor.

Para qualquer marca iniciar um planejamento de marketing de experiência, tem de investir com foco em inteligência de informação. Existe a necessidade de identificar as verdadeiras razões que emocionam seus diferentes clientes. Outras informações, como jornada de compra, impulsos e as estratégias de abordagem são fundamentais na construção desta plataforma. Aqui, muitas vezes, a necessidade de investimento precisa ter frequência e um plano de médio prazo. Os resultados são incríveis, mas é preciso acreditar neste novo formato de relacionamento com seu consumidor.

No caso dos clubes de futebol, o cenário é repleto de oportunidades. O mais legal é que o elemento mais importante para realizar uma experiência é a paixão. O seu torcedor carrega na alma uma relação de cumplicidade extrema. Já trocou de estilo de roupa, de bairro, de carro, mas é difícil encontrar alguém que trocou de time. Esse projeto de experiências não tem nada a ver com os atuais planos de sócio-torcedor, que há alguns anos cresceram no Brasil e agora, aparentemente, perderam força. Este projeto pode começar por uma carta de agradecimento por tantos anos de paixão. O impacto deste movimento tem resultados imensuráveis.

Realizar experiência precisa de simplicidade e criatividade. Na América Latina, temos um mercado de forte potencial de geração de receitas. O que se faz primordial é a abertura de espaços nos departamentos de marketing para profissionais especializados neste trabalho inovador.

Para ficar mais didático, vamos pensar que o futebol tem uma forte relação com nossa família e amigos. Eu gostaria de voltar no estádio do meu time, convidado pelo meu clube, para levar uma pessoa querida que sempre esteve ao meu lado nos jogos. Essa é a paixão que faz este mercado de experiências crescer de forma exponencial no mundo do marketing.

Atualmente, resgatar momentos felizes com pessoas que amamos faz uma diferença enorme. O futebol pode gerar isso, mas não explora o mercado que tem. Se houver um pouco de investimento para resgatar histórias e momentos de paixão, teremos uma relação ainda mais fortalecida. Marketing é isso: emocionar para gerar o desejo de consumo.

* Com 15 anos de atuação em marketing esportivo, Rodrigo Geammal é diretor de marketing do time de basquete Mogi/Helbor, e ganhou notoriedade ao montar o plano que trouxe o holandês Clarence Seedorf ao Botafogo. Especializou-se, entretanto, no mercado de experiências, incentivando vendas e motivando equipes com a Elos Sports Marketing, sua empresa fundada há 12 anos. Agora, como CEO, lança a Elos Fun, market place que oferecerá para o consumidor final as melhores experiências dos mundos do esporte e do entretenimento.

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