Análise: O problema do Brasil não pode ser a realização das Olimpíadas

A experiência de conduzir a chama olímpica revela bastante como será a experiência do Rio de Janeiro em receber os Jogos daqui a 16 dias.

O evento que acontece para o revezamento da tocha é, em tese, o resumo de como está o Rio hoje e como ele deverá estar diferente em pouco mais de duas semanas.

O comboio da tocha vai abrindo espaço pelas ruas da cidade para que os condutores sejam posicionados em seus pontos de encontro.

Você, nessa hora, é colocado num lugar no meio da rua. O comércio está aberto, nada é modificado pela passagem da tocha, a não ser o trânsito. Há algumas pessoas ao seu redor, que estão ali esperando para ver o que (e se) vai acontecer.

De repente, chegam os caminhões dos patrocinadores, tocando música, distribuindo brindes, chamando o povo a participar. E, quando chega a sua hora de conduzir a tocha, você entende o que a chama olímpica representa no imaginário das pessoas.

Ao acender o fogo, o público começa a vibrar. As pessoas vão correndo ao seu lado, passam a aplaudir, sacar os telefones celulares e tirar foto, que depois serão compartilhadas.

O Rio de Janeiro, hoje, vive mais ou menos a mesma sensação que tive naqueles cinco minutos esperando outro condutor chegar com a chama olímpica para repassá-la a mim. O evento está chegando. Quando ele começar, as pessoas vão irradiar alegria de fazer parte daquilo. O que, sem dúvida, está longe do ideal, é o que nós fizemos antes dos Jogos e o que ficará depois deles.

O problema, nesse caso, não são, e nem podem ser, as Olimpíadas.

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