Não dá mais para conceber que o São Paulo, dono da terceira maior torcida do país, um dos grandes times de uma das maiores cidades de mundo, jogue para 3 mil pessoas. Isso em um estádio que, apesar de velho, está no coração da capital paulista, cercada por avenidas e transporte público. O que há de errado?
O primeiro problema está em não admitir que não exista um problema, que isso é algo normal. Mas, se um dos grandes times do Brasil tem que pagar R$ 100 mil para estar em campo, há algo muito errado.
A lógica é simples: clubes como São Paulo, Corinthians, Flamengo, Palmeiras, entre outros, têm que jogar com 100% de ocupação nas arquibancadas. É o que fazem as grandes equipes e é o que torna o futebol sustentável.
Por aqui, há uma série de problemas. O primeiro, claro, é o desinteresse do torcedor em um duelo contra um time de baixo nível técnico do interior do Estado. O público alto na Libertadores mostrar que vontade de ver um bom jogo existe.
E se o interesse é baixo, o preço não pode ser alto. Contra o Mogi Mirim, o tíquete médio foi de R$ 42. Não faz nenhum sentido um ingresso caro para uma partida desse nível. Mais do que qualquer outro clube brasileiro, o São Paulo sabe quais as vantagens de uma entrada acessível.
Ainda entra no bloco a dificuldade do futebol brasileiro em se promover. A partida contra o Mogi Mirim aconteceu em uma terça-feira, dia pouco usado pelo futebol. Não é nenhum absurdo supor que muitos são-paulinos nem sabiam da existência da partida.
Independente do motivo, não cabe mais no contexto milionário do futebol que um clube como o São Paulo atue em um cenário de oitava divisão.