Foi curioso, para dizer o mínimo, ver alguns dos principais jogadores da história recente do nosso futebol fincarem pé em frente à sede da Confederação Brasileira de Futebol para reivindicar algumas mudanças.
Raí, Djalminha e Alex nos fizeram vibrar – ou chorar – na adolescência. Inteligentes, engajados e cultos pela experiência adquirida no exterior, eles ontem deram a cara ao movimento que pretendia ocupar a CBF.
O engajamento de outros notáveis ao protesto, por meio da formalização de um manifesto, revela como há, hoje, um vácuo de poder no futebol. O documento que pede troca no comando da CBF não é assinado por ninguém que de fato tem poder, qualquer um, dentro do futebol.
Pelé, ex-atletas, atletas, torcedores ilustres, empresários, publicitários, jornalistas, donos de veículos de mídia. Todos são, de uma forma ou de outra, meros espectadores ou atores do espetáculo. São, em tese, os donos do show, seja como artista, como consumidor ou propagador, no caso da mídia. Mas são a ponta fraca de toda essa história.
Não há, entre clubes e federações, uma liderança isenta e forte politicamente para poder ocupar a CBF.
Há, isso sim, um grupo de gestores que tenta sobreviver em seu dia-a-dia de entidade esportiva, preocupado demais com os próprios dilemas e sem capacidade para o todo.
Desde que Ricardo Teixeira saiu, em 2012, há um vácuo de poder no futebol. E não surgiu, até agora, alguém hábil politicamente para assumir o controle.
Ocupar a CBF de fora para dentro é impossível. Pelo menos até a Fifa ser ocupada…