Há pouco mais de um mês, noticiei aqui na Máquina do Esporte, que Toronto e Rio de Janeiro iriam se tornar cidades-irmãs. Esportivamente falando, a cidade canadense e a capital fluminense têm mais coisas em comum que mesmo a distância de mais de 8.000 km não consegue afastar.
Toronto, que dá início oficial hoje aos Jogos Pan-Americanos, buscou estreitar relações com o Rio para troca de aprendizado e know-how sobre organização de eventos esportivos.
Há oito anos, o Rio de Janeiro sediou o Pan mais caro da história. Os custos subiram quase 1.000% em relação à previsão inicial, atingindo o valor de R$ 4 bilhões em valores atualizados. Houve uma série de críticas ao dispêndio de dinheiro público com o evento e até uma CPI chegou a ser aventada para investigar a gastança.
Toronto, assim como o Rio em sua época, tornou-se o Pan mais caro da história. O orçamento estourou em mais de 150% e as despesas chegaram a R$ 6,5 bilhões. Dez locais de competição novos foram erguidos. Outros 15 sofreram reformas.
Até o Pan de 2007, o Rio de Janeiro vinha de duas candidaturas frustradas aos Jogos Olímpicos. Em 2004, não passou do primeiro corte, e o evento foi para Atenas. Para os Jogos de 2012, Londres foi a escolhida.
Toronto, principal cidade canadense, também soma duas decepções na eleição do COI (Comitê Olímpico Internacional). Em 1996 perdeu para Atlanta. Doze anos depois, nova derrota, dessa vez para Pequim.
Os Jogos Continentais, organizados sempre buscando o nível olímpico, serviram para catapultar as pretensões cariocas na eleição seguinte. Em 2009, o Rio surpreendeu candidaturas mais bem avaliadas e triunfou na eleição do COI, realizada em Copenhague. Nove anos depois do Pan, a cidade brasileira será sede olímpica.
Toronto, por sua vez, quer usar a competição para mostrar excelência na organização de eventos. Almeja, assim como o Rio, abrigar uma Olimpíada. A primeira data disponível no momento é 2024, nove anos depois do Pan atual. A cidade tem até dia 15 de setembro para apresentar candidatura.
Se a história irá se repetir, só o tempo dirá. Mas a experiência carioca mostra que o Pan não é um evento tão desprezível no mundo olímpico como pode parecer.