A equação parece insolúvel: para se tornar sustentáveis, as novas arenas precisam ser multiuso. Isso implica que o espaço possa servir de palco para shows, outros eventos esportivos e até cultos religiosos.
Por outro lado, há elementos do estádio que prejudicam os espetáculos. O espaço é amplo, mas aberto e sujeito às chuvas e ao calor. Por outro lado, os grandes shows de bandas internacionais detonam o gramado, prejudicando o futebol.
Em 2016, o gramado do Allianz Parque virou quase um pasto por causa de um festival de música sertaneja, no momento em que o Palmeiras disputava a liderança do Brasileirão.
Em março, a grama foi totalmente retirada para shows de Justin Bieber, Elton John e James Taylor. Com isso, o time teve que mandar jogo de mata-mata do Paulistão no Pacaembu.
No Brasil, o estádio que mais se adaptou aos dois tipos de evento foi o do Atlético-PR por conta de duas qualidades do espaço: é o único no país com teto retrátil e conta com grama artificial.
Com o espaço coberto, tem condição de sediar eventos como UFC e Liga Mundial de vôlei, que não podem acontecer sob chuva. O gramado artificial, por outro lado, não é prejudicado por estruturas temporárias como as que são armadas em espetáculos musicais.
Outros clubes, como Palmeiras e Grêmio, com arenas multiuso, já se interessaram pelo produto. A iniciativa, porém, pode ser abortada, diante da proibição de que grama artificial seja usada no Brasileirão 2018. No mínimo falta de bom senso, já que o material é aprovado pela Fifa. Frequentemente parece que os gestores futebol trabalham para prejudicar o negócio do futebol.