Análise: Patrocinado tem direito de peitar o patrocinador

“I Can do All Things”.

O recado na camisa usada por Stephen Curry num evento com a Under Armour para a apresentação do tênis que leva seu nome é emblemática. Até que ponto vai a relação entre patrocinado e patrocinador quando há um conflito de pensamento entre as duas partes?

Há cinco anos, Curry provavelmente não teria se importado com o que pensava o patrocinador com quem ele havia fechado um contrato. Sem o status que tem hoje na NBA, o atleta não era disputado por marcas e não tinha um contrato volumoso de patrocínio.

Mas hoje, com milhões na conta, um dos grandes astros da NBA pode fazer qualquer coisa. Inclusive peitar, publicamente, o seu patrocinador.

E qual tem de ser a posição da marca quando um atleta se coloca publicamente contra ela, ainda mais num tema polêmico? Da mesma forma, se esse caso tivesse ocorrido cinco anos atrás, é bem provável que Kevin Plank teria colocado fim ao acordo com a petulante promessa do basquete. Mas hoje, com o tamanho de Curry para o negócio da Under Armour, o máximo que se pode fazer é soltar uma nota oficial declarando apoio à diversidade.

O fato é que, da mesma forma que uma marca escolhe o atleta que “case” com os valores que ela apresenta, o atleta também tem o dever de olhar no mercado quais empresas que têm os mesmos princípios que ele ao fechar um contrato de patrocínio.

Isso é um primeiro passo para que a relação seja mais duradoura. E mais eficiente.

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