Financiadores dos dois maiores megaeventos do esporte, os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo de futebol, os patrocinadores ganham cada vez mais peso na Fifa e no COI (Comitê Olímpico Internacional).
Na entidade que comanda o futebol, empresas como Visa e McDonald’s deram um basta aos constantes escândalos de corrupção que assolavam os gramados. Cada denúncia de corrupção sobre a escolha da sede das Copas do Mundo de 2018 (Rússia) e 2022 (Qatar) arranhavam não só a imagem do mundo da bola como das multinacionais que financiam esses eventos e criam uma relação estreita com o esporte mais popular do mundo.
Há poucas semanas, essas empresas apoiadoras foram as principais responsáveis pela saída prematura do presidente Joseph Blatter do comando da Fifa. A pressão dos patrocinadores já havia sido decisiva para que o dirigente suíço, manchado por tantas denúncias, resolvesse renunciar apenas quatro dias após ter sido eleito para mais um mandato.
O grande problema para o COI tem sido o crescimento acelerado dos custos dos Jogos Olímpicos. Isso retira a chance de boa parte do planeta almejar um dia organizar uma edição do evento. E, por outro lado, espanta os principais países do globo de financiar uma candidatura onerosa e impopular.
Tal problema já fez o comitê lançar a Agenda 2020 no ano passado, visando diminuir os custos dos Jogos Olímpicos, com o uso de instalações já existentes e a possibilidade de dois países dividirem a sede. Como parte das mudanças, os patrocinadores também irão participar, ajudando, com financiamento e expertise, o processo das candidaturas.
Para além de qualquer amadorismo de gestão, é salutar que as empresas estejam assumindo novas funções nas entidades e nos eventos. Afinal, são as grandes financiadoras e quem hoje parece mais temer que a imagem do esporte seja arranhada por escândalos. Dentro e fora das arenas.