Análise: Patrocínio esportivo tem que ser coerente

A iniciativa da Head, de rescindir contrato com Bernard Tomic pelo fato de o tenista ter confessado desmotivação mostra falta de sensibilidade da empresa para lidar com os problemas pessoais de seus contratados.

Quando resolvem patrocinar uma entidade, clube, competição ou atleta, as empresas buscam associar suas imagens aos valores do esporte, como busca pela excelência, superação dos limites, respeito às regras e às diferenças, disciplina, espírito de equipe, ética e até glamour.

Em momentos de crise de imagem, várias marcas optam por rescindir contratos vigentes. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a Fifa, que sofreu com a fuga de patrocinadores após a prisão de seus dirigentes. Sony, Emirates, Castrol, Continental e Johnson & Johnson deixaram a entidade ou não renovaram acordos.

Mais complicado do que gerir uma pessoa jurídica, só uma pessoa física. Literalmente. O fraco desempenho em uma temporada pode afugentar parceiros.

Ser flagrado no antidoping é ainda mais grave. O uso de drogas para melhorar a performance fere um princípio básico do esporte que é a competição limpa. É comum um atleta perder todos os seus contratos.

Apesar desse histórico, a Head foi bastante compreensiva quando Maria Sharapova acabou suspensa por apresentar um exame positivo. Benevolência que faltou no caso de Tomic. A humanidade ao aceitar o erro da russa não foi acompanhada por generosidade quando o australiano mostrou necessitar de ajuda.

Você pode argumentar que Sharapova é muito maior do que Tomic. Fato. Mas o esporte não pode ser só negócio. Nesse caso, houve uma lamentável dupla falta da patrocinadora. 

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