Por mais que algumas arenas sejam desmontáveis e outras instalações esportivas passem a ter uso diverso depois do Rio 2016, é assustador pensar o que será do Parque Olímpico da Barra e do Complexo Esportivo de Deodoro depois de 18 de setembro, quando serão encerrados os Jogos Paralímpicos.
O legado de arenas ultramodernas poderá beneficiar os atletas brasileiros e recolocar o país na rota de grandes eventos esportivos, como Mundiais de atletismo, basquete, esportes aquáticos e vôlei.
Mesmo assim é preocupante pensar que uso será feito do imenso complexo esportivo nos demais dias do ano em que não houver eventos. Há exemplos claros disso, de infraestrutura pouco aproveitada que criou elefantes brancos abandonados em Atenas 2004 e Pequim 2008.
Não é preciso cruzar o oceano. O Pan do Rio 2007 gerou instalações esportivas mais modernas que, nos anos seguintes foram subaproveitadas, como o antigo Velódromo (já derrubado) e a pista de atletismo do estádio do Engenhão, pouquíssimo utilizada pelos atletas cariocas em treinos.
Tentando conter o tamanho dos Jogos Olímpicos, uma tarefa hercúlea, diante da sofisticação cada vez mais pedida por TVs e patrocinadores, o COI (Comitê Olímpico Internacional) lançou a Agenda 2020, uma tentativa de baratear os custos.
Menos de um ano depois, na contramão, anuncia a inclusão de mais cinco esportes para Tóquio 2020: skate, surfe, escalada, beisebol/softbol e caratê. Ou seja, os organizadores terão que pensar mais cinco instalações esportivas para abrigar as novas modalidades e mais vagas na Vila Olímpica para acomodar esses atletas. Por outro lado, não há garantia de que alguma modalidade deixará o programa.
A questão do legado das instalações esportivas é premente ao COI. E parece que não tem sido levada a sério pelo comitê. Nem pelos comitês organizadores.