O mundo dos esportes seria perfeito se toda sua estrutura fora idônea, longe de outros interesses que não fossem os valores que o tornam tão fascinante. Nenhum mundo, no entanto, é perfeito. E não há por que o esporte ser uma exceção à melancolia das regras. A Fifa está aí para não nos deixar esquecer: esse é um ambiente sujo.
O esporte é uma ferramenta política e, por isso, os interesses escusos insistem em existir. Muitas vezes, eles atropelam aqueles que batalham pela sua construção. Atletas, agências, patrocinadores, mídia. Todos os pilares já foram vítimas de manobras que não visaram o desenvolvimento de uma modalidade.
Essa é uma característica cruel que os agentes deste meio têm que ponderar quando pensam em posicionar as peças de seus investimentos. E que sempre aparece como um peso contrário quando a comparação envolve concorrentes.
Um grande festival de rock está sujeito, claro, às mesmas manobras políticas, mas, aos olhos públicos, isso é muito menos frequente. Dá para supor, com alguma segurança, que o Itaú se sente mais confortável ao investir no aporte máster do Rock in Rio, comparado ao seu investimento na Copa do Mundo. Roberto Medina nunca apareceu algemado no Jornal Nacional.
O problema é que a Copa do Mundo ainda tem capacidade de trazer um retorno muito maior. “Até quando?” é a pergunta que algumas marcas terão que fazer para se manter nesse ambiente. Isso, claro, considerando aquelas que não têm os mesmos interesses escusos.
Às vezes, não há como não desanimar. Mas vai passar.