A Primeira Liga deu uma grande lição ao futebol brasileiro, exatamente o contrário do que ela gostaria de passar inicialmente. Um liga de clubes no Brasil, com a atual cultura dos dirigentes, é absolutamente impossível.
O entrave é simples: nenhum dirigente hoje consegue pensar um palmo além de seus próprios problemas. A declaração de Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo, que exalta a “democracia” comercial do Brasileirão, ou é categoricamente cega ou é excessivamente cínica. Aquele que tem o melhor exemplo de gestão entre clubes não tem capacidade de pensar em uma Liga de times.
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Dirigentes, por sinal, não costumam perder oportunidade de exacerbar o próprio egoísmo. Foi o caso de Daniel Nepomuceno, presidente do Atlético Mineiro, ao comentar a absurda perda de mando do Grêmio da decisão da Copa do Brasil: “Não é problema do Galo”, declarou, como se a promoção do segundo maior torneio do país não fosse algo de sua alçada.
A incapacidade de diálogo e acordo no primeiro desencontro da Primeira Liga mostra o grau de miopia da gestão quando ela é feita exclusivamente por boa parte dos dirigentes atuais.
Por aqui, Liga só seria solução se fosse gerida por um grupo absolutamente independente dos clubes, uma empresa que administrasse o torneio com foco exclusivo em seu desenvolvimento como produto, como marca.
O único problema é que ela teria que ter o aval dos próprios clubes…