Análise: Publicidade continua a prestar desserviço ao esporte

É genial a ação que Corinthians e Unilever fizeram para promover a linha Omo Sport, voltada para limpar as roupas utilizadas por atletas.

O patrocínio, que só apareceu depois que os atletas corintianos começaram a suar a camisa, chamou a atenção para o produto, lançado agora no mercado.

Abril vem se consagrando como o mês em que ideias criativas e inovadoras são lançadas no futebol brasileiro.

Foi em abril que o Sport fez ação com mães de torcedores fazendo a segurança das organizadas num clássico. Ou que o Vitória tirou o escudo da camisa para incentivar a doação.

Tudo isso tem acontecido para que agências de publicidade se inscrevam (e quase sempre ganhem) prêmios do Festival de Publicidade de Cannes, que acontece em junho próximo.

É curioso notar que as agências usam o esporte para ganhar prêmios em que contam uma grande história e vendem que são inovadoras aos clientes.

Só que elas simplesmente não usam o esporte para nenhuma outra ação com seus clientes, a não ser quando há uma clara ordem da marca de que é preciso investir a verba no esporte.

Isso acontece porque, para a publicidade, o esporte não é uma plataforma útil para gerar valor à marca. Ou melhor. Ele é ótima plataforma, tanto que vale para ganhar prêmios! Mas…

Investir constantemente em esporte dá muito mais trabalho e menos dinheiro do que criar um filme publicitário que, por mais insosso que seja, consegue dar retorno após investimento pesado em mídia, que por sua vez gera remuneração direta à agência.

A publicidade só vê o esporte como um meio para alavancar o seu próprio negócio. E isso é um desserviço: para o esporte e para o cliente da agência.

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