Impressiona como o futebol, mesmo em momento de crise no mercado, tem pouco respeito com os contratos assinados. Mesmo que o fato ocorra com foco em um acordo que seja momentaneamente mais vantajoso, o ato jorra uma rede de desconfiança da marca em um segmento que já tem pouquíssima credibilidade.
O Santos assinou com a Umbro, mas ainda nem vestiu uma camisa da marca. E, mesmo assim, ela terá que rever o contrato com o clube graças a uma mudança política na equipe, algo que não tem nenhuma relação com a empresa. A companhia, acostumada a lidar com times de futebol, terá mais claro o peso de fazer uma negociação em meio a uma eleição.
Caso alguém tenha dúvida sobre o peso de uma quebra, basta lembrar o que aconteceu com a Samsung no futebol. A empresa de tecnologia era patrocinadora máster do Corinthians até 2007. Com a mudança na direção da equipe, que não aceitou a cláusula que diminuía o valor do aporte em caso de rebaixamento, o acordo foi rompido.
Pouco tempo depois, a Samsung resolveu migrar o aporte ao rival Palmeiras. Mas, em 2010, o clube paulista resolveu que a exigência de exclusividade no uniforme não era interessante, e mais uma vez a companhia sul-coreana teve um acordo rompido. A marca chegou a patrocinar a seleção brasileira, mas nunca mais fez um grande aporte a um clube brasileiro.
E ela está certa. Não há porque fazer um grande investimento em algo que pode ter o planejamento cortado aleatoriamente. Existe uma série de outras possibilidades de investimento para a marca chegar aos objetivos traçados. E o futebol, hoje, apresenta poucas vantagens competitivas.