Análise: Renovação passa longe de esporte brasileiro

O vento reformista tem varrido as principais entidades esportivas do planeta. Há algum tempo o COI implantou uma saudável alternância de poder principalmente após envolvimento de alguns de seus principais dirigentes com denúncias de recebimento de vantagens indevidas em votações à sedes olímpicas.

A Fifa viu a derrocada do todo-poderoso Joseph Blatter e o antigo imperador, João Havelange morrer centenário, no mais completo ostracismo, durante a Olimpíada em que ajudou trazer ao Rio. Até Bernie Ecclestone, o mandachuva da Fórmula 1, vê seu poder ameaçado com a recente aquisição da categoria pelo Liberty Media.

“Não vamos ter uma ditadura, embora estivessem habituados a isso”, deixou claro Chase Carey, em sua primeira entrevista como novo presidente da F-1.

No Brasil, porém, a era dos imperadores ainda está longe de acabar, apesar da queda de alguns deles, sendo o principal Ricardo Teixeira, que por 23 anos comandou a CBF e ainda possui influência considerável na entidade.

Fortalecido com o sucesso do Rio 2016 e sem cogitar aposentadoria aos 74 anos, Carlos Arthur Nuzman desponta como candidato único a mais uma eleição à presidência do COB, cargo em que atingiu a maioridade de 21 anos de ocupação.

No mundo olímpico brasileiro, porém, ninguém ganha de Coaracy Nunes, 82, presidente da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) desde 1988. Por motivos de saúde, o dirigente já avisou que deixa a entidade em 2017, mas quer eleger seu sucessor. Afinal, tudo pela continuidade após 28 longos anos em que o Brasil foi de zero medalha na natação em Seul-1988 a zero medalha nas piscinas no Rio 2016.

É justamente o dirigente que agora é alvo de investigação do Ministério Público Federal de São Paulo. Será o fim de mais um imperador do esporte olímpico brasileiro?

Sair da versão mobile