Análise: Resgatar credibilidade de futebol com mercado é desafio atual

Há pouco tempo, os dirigentes de futebol olhavam com ar superior os demais esportes olímpicos por conta de sua dependência de dinheiro estatal. A maior parte das confederações tinha como recursos básicos verbas da Lei Piva ou convênios com o Ministério do Esporte.

Corta para os tempos atuais. A situação mudou de maneira acentuada. Hoje, quase todos os clubes que disputam o Brasileirão dependem de recursos públicos.

Setenta por cento da elite do país conta com patrocínio de bancos estatais. Com o novo governo, ninguém sabe se a Caixa Federal irá manter os investimentos no futebol. Sem ela, quase toda a Série A ficará com o pires na mão.  

Empresas privadas, por sua vez, ocupam espaço nobre na camisa de só cinco equipes. Nenhuma multinacional investe nos gramados brasileiros. No passado, marcas como Fiat, LG, Samsung, Jeep e Hyundai, entre outras, estamparam seus logos nas camisas nacionais.

Diante desse cenário, é surpreendente o aparecimento da Apollo Sports, que se vende como um fundo de investimento, interessada em parcerias com vários times. A ideia é comprar propriedades diversas, como as costas da camisa do Corinthians, o naming right da Arena do Grêmio ou a visibilidade do programa de sócio-torcedor do Flamengo, negociá-las no mercado e, a partir daí, auferir lucro capaz de remunerar os investidores.

Para isso, será necessário mostrar uma credibilidade ao mercado que o futebol brasileiro não ostenta mais. Pelo tamanho dos aportes que estão sendo negociados, é um desafio dos mais complicados.

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