Análise: Resistência anti-Trump é saudável no Super Bowl

Há dois anos O Boticário divulgou um comercial para o Dia dos Namorados mostrando casais heterossexuais e homossexuais, trocando presentes. Centenas de pessoas reclamaram que a publicidade era “desrespeitosa” à família brasileira.

No último domingo, durante o intervalo do Super Bowl, o mais caro da TV norte-americana, duas marcas seguiram essa linha, com crítica velada ao presidente Trump.

A Budweiser enalteceu a imigração, lembrando seu fundador, o alemão Adolphus Busch, que chegou aos EUA em 1857. Sob o conceito de “Nascido na dificuldade”, a cervejaria contou a história do empresário, que começou de baixo antes de erguer um império. É uma reação quase direta às medidas de erguer um muro na fronteira com o México e de vetar a entrada de imigrantes de sete países de maioria islâmica.

Outra empresa de raízes alemãs, a Audi, abordou mais uma faceta polêmica do político: a misoginia. Durante a campanha, Trump teve um vídeo vazado em que dizia que se “pode fazer qualquer coisa com mulheres quando se é famoso”.

Na contramão dessa ideia, a montadora mostra um pai levando a filha a uma corrida de kart contra meninos. A vitória da garota traz a mensagem de que a companhia luta pela igualdade de gêneros.

Além de vender produtos, anúncios vendem princípios. Em um evento com tanta visibilidade, é saudável ver a resistência a comportamentos retrógrados e isolacionistas. Venham de onde vierem. 

Sair da versão mobile