O que será o amanhã? A pergunta já é feita a mim desde 5 de agosto, quando ainda tínhamos dúvida se os Jogos Olímpicos seriam o sucesso que presenciamos nos 15 dias seguintes.
Entregamos um evento muito bom para o público, a mídia e os atletas. Vencemos os medos e os pré-conceitos, mostramos que é muito bacana não ser uma nação só futebolística.
E esse, agora, é o maior desafio que há para o esporte no Brasil. Viver sem sofrer espasmos quadrienais de outros esportes, saber direcionar a verba e a mídia para além do futebol.
O dia seguinte aos Jogos foi duro. A CBF convocou a seleção brasileira principal de futebol com duas semanas de antecedência. A mídia, em vez de repercutir o dia seguinte dos Jogos, voltou parte do canhão para o futebol.
Mas a resposta dada pelo público nos estádios do Brasileirão, como mostra a reportagem na Máquina do Esporte, revela que a gente não quer só futebol.
A cadeia do esporte precisa, agora, se reunir para entender o que vamos fazer pela promoção do esporte como um todo em nosso país. O maior legado que o Rio pode deixar é o de nós acreditarmos que é possível não viver só de futebol para engajar o público.
Logicamente não teremos o alto nível de excelência em eventos como tivemos em duas semanas no Rio. Mas, até pelo Parque Olímpico que aqui vai ficar, é fundamental nos mobilizarmos para trazer ao público ótimos eventos esportivos com consistência.
Só assim o esporte crescerá no país do futebol.