As manchetes esportivas foram inundadas na última semana por rankings de vendas de camisa dos clubes brasileiros, a exemplo do que acontece com o Torcedômetro, do Movimento Por um Futebol Melhor. A estratégia de estimular a rivalidade é sempre salutar, mas dificilmente tem influência na decisão de compra do torcedor. E, se utilizada sem respaldo de alguma benesse para empresa ou cliente, vira uma ação inócua, sem impacto no consumo.
É cultural. O que move o torcedor para comprar determinado produto é a precificação ou a possibilidade de se tornar uma peça ativa nas finanças do clube, com algum retorno em benefício próprio. Nesse ponto, são mais eficazes iniciativas como o site de comparação de preços do Grêmio, por exemplo, em que um percentual da compra efetuado por meio da plataforma tricolor é revertido para o clube.
Na mesma linha segue o sucesso do Torcedômetro do Futebol Melhor, totalmente ancorado na equação rivalidade + pacote de vantagens. Faz bem subir no ranking de sócio-torcedor, é lógico. Melhor ainda é tirar proveito de um projeto que virou uma força motriz no esporte, como descontos em produtos associados, facilidade na aquisição de ingressos, brindes, entre outros.
O ranking de camisas, para ter alguma funcionalidade, precisa virar uma via de mão dupla e atender às necessidades do consumidor. Caso contrário, será um mero gerador de pautas.