Dois mil e dezesseis está se revelando um ano de profundas mudanças na questão dos direitos de TV das principais competições esportivas do Brasil. O anúncio da desistência da Bandeirantes de continuar com seu principal produto, o Campeonato Brasileiro, foi só a cerejinha no bolo dividido hoje por mais interessados e cujo fermento faz os valores crescerem cada vez mais.
A Band se consolidou como o “canal do esporte” nos anos 80. Embora tenha ficado um período sem os direitos de TV do Brasileirão, a emissora do Morumbi retomou a parceria com a Globo tão logo o mercado lhe ofereceu uma brecha, em 2007.
Para a emissora carioca, sublicenciar os direitos do Brasileirão trazia algumas vantagens. Oferecia um produto premium a uma emissora que nunca ameaçou sua audiência. De quebra, se livrava da acusação frequente de monopólio.
Sem a Band, a Globo terá que procurar novos parceiros ou aguentar as críticas por ficar com o evento só para ela. Com o anúncio tendo sido divulgado de maneira conjunta, Globo e Band mostram que ainda estão alinhados.
A solução pode vir de emissoras menores. Nos bastidores, a Rede TV! mostrou interesse. Mas o canal paulista teme os custos de um torneio dessa magnitude, embora se pondere a possibilidade de venda de cotas gordas de transmissão ao mercado.
A Record já brigou por esses direitos no passado. Não se mostra mais disposta a entrar nessa luta. Rivais por audiência, seria uma surpresa que houvesse aproximação entre as duas.
O grande problema é o escasso tempo para, quem topar dividir a conta com a Globo, vender cotas em um cenário de instabilidade política e crise econômica. É mais realista pensar que, em 2016, Brasileirão, só na Globo.