Análise: Segredo do esporte é valorizar o patrocinado sem provocar o rival

Quando a Nike embrulhou o peixe nos jornais de segunda-feira após o título paulista ganho pelo Corinthians em cima do Santos, rapidamente a ira do torcedor santista se voltou à marca.

Em 2016, quando a Adidas do Peru brincou com a eliminação do Brasil da Copa América no Twitter, foi preciso que o perfil da marca por aqui interviesse para reduzir qualquer dano.

Essas ações tinham como meta das empresas patrocinadoras valorizar o seu time patrocinado. Mas ao fazer isso de forma a desrespeitar o derrotado, a marca esquece o principal benefício ao fazer um patrocínio esportivo.

Agora, é a vez de o Guaraná ir, de forma mais branda, nessa mesma corrente, suspendendo a exportação de seu refrigerante aos países que estarão na Copa do Mundo.

A ideia é legal, ela mexe com o ego do torcedor brasileiro. Mas a que custo? O segredo do esporte é valorizar o patrocinado, e não trolar o adversário. 

Ainda mais num mundo tão conectado e em tempo real como o que já vivemos há quase uma década, qualquer ação de uma marca global ganha repercussão mundial instantânea.

O patrocínio serve para uma marca se comunicar diretamente com um público. Isso não significa dar ao rival a pecha de inimigo. Esse, aliás, é um dos maiores erros de comunicação que pode existir, já que ele vai contra a essência do esporte, que é o respeito e a competição sadia entre todos.

Adotar um clima ufanista pré-Copa é absolutamente normal. O problema é fazer isso de forma a valorizar comportamentos agressivos contra rivais.

O que tornou a Copa um evento tão grandioso é o fato de o apaixonado pelo futebol torcer por um belo jogo, muito mais do que só por um time.

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