Análise: sexismo trava igualdade no esporte atual

No livro “Soccernomics”, Simon Kuper e Stefan Szymanski defendem a tese de que o esporte é um setor minúsculo e mal administrado da economia. Um dos exemplos levantados pela dupla, que chama o futebol europeu de “o pior negócio do mundo”, é quanto à contratação do técnico. Há vários erros de gestão ao se nomear esse posto chave dentro da entidade esportiva. Uma regra não escrita é que a função é sempre ocupada por homens.

Ora bolas, desde quando o sexo serve para medir a competência de alguém? Louvável iniciativa da Real Federação Espanhola de Tênis de enfrentar o preconceito e quebrar tabus ao  nomear Gala León como capitã do time na Copa Davis, tradicional torneio masculino entre países.

Alguns tenistas disseram que ela não teria capacidade para assumir o posto. A ideia não se sustenta quando confrontada com a realidade. Em qualquer empresa, funcionários antigos, por méritos, são promovidos após a saída dos antigos comandantes. É o caso de León, ex-diretora esportiva da federação e com nove anos de experiência como treinadora.

O argumento mais bizarro foi de que ela não teria acesso fácil ao vestiário. “Eu bato na porta antes”, ironizou. Sinal claro de que ainda há muitas portas a serem abertas na luta por igualdade no esporte.

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