Análise: Sociedade é saída a clubes em estádios

O Corinthians decidiu adotar uma nova tática para não depender do aluguel de camarotes, algo difícil num país com economia em crise e num estádio ainda distante da realidade da maioria dos paulistanos. Ser um sócio do operador do camarote e, em troca, oferecer um novo tipo de serviço ao torcedor é uma saída inteligente para driblar a dificuldade de geração de receitas.

Curiosamente, cabe ao Corinthians adotar essa estratégia com os camarotes de seu estádio. Afinal, o clube, que se gabou há seis anos de construir um estádio com seus próprios recursos, sem recorrer a um sócio para isso (como fizeram Palmeiras e WTorre), agora entende que é melhor fechar uma sociedade para sofrer menos.

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A construção de estádios modernos se transformou na maior necessidade dos clubes brasileiros nesta próxima década. O predomínio dos clubes com novas arenas na performance esportiva mostra que a nova casa ajuda a aumentar faturamento, atrair mais torcedores e, consequentemente, reinvestir tudo isso em jogadores.

O Palmeiras, no fim das contas, foi quem adotou o melhor modelo. O clube achou um sócio para operar o estádio. Fica com quase a totalidade da receita de bilheteria e ainda lucra com outros eventos, patrocínios e aluguéis do Allianz Parque. Sem trabalhar, o clube fatura com o espaço. E, o que é melhor, não tem custo de manutenção do aparato, hoje o maior problema encarado pelas novas arenas.

Os demais clubes acabam tendo uma conta pesada demais a pagar, o que reduz a vantagem financeira do novo estádio. Alguns têm as cotas mensais dos empréstimos para erguer a arena, como Corinthians, Internacional e Grêmio, e outros pagam um aluguel para entrar em campo que às vezes não justifica sua utilização, caso da dupla Fla-Flu.

Na tentativa de reduzir custos e ampliar a gama de serviços oferecidos ao torcedor, os clubes e os donos de estádios precisam aprender a ser flexíveis. Encontrar parceiros para tocar novas operações, como faz agora o Corinthians, é uma boa ideia.

O maior legado que a Copa do Mundo trouxe ao país foi ter de aprender a fazer do estádio um lugar de geração de receita. Para isso, é preciso ter criatividade, ousadia e flexibilidade. Três palavras que, por décadas, ficaram afastadas do vocabulário do futebol. E que podem fazer um bem danado para a indústria esportiva como um todo.

Encontrar sócios para diferentes operações é a saída para os clubes nos novos estádios. E, no fim das contas, o torcedor é o maior beneficiado com essas inovações.

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