Análise: Sócio-torcedor vive seu momento de consolidação

A meta inicial era que, em 2015, o Movimento por um Futebol Melhor já tivesse 3 milhões de torcedores cadastrados e fosse responsável por gerar uma renda mais do que suficiente para que o Brasil deixasse de ser exportador de pé-de-obra.

Isso foi o que projetou a Ambev quando lançou o Movimento. A equação era matemática. Pegava-se a projeção de tamanho de torcidas por clubes, calculava-se um índice de cerca de 4% de associados para cada equipe e pronto, 3 milhões de torcedores cadastrados pela marca!

Três anos depois, o Movimento tem quase 900 mil associados, sendo que cinco clubes são responsáveis por mais da metade desse total.

Agora, porém, tudo parece conspirar a favor do crescimento do programa. Pela primeira vez um clube bateu os 100 mil associados, praticamente com todos advindos do Movimento. Para melhorar, o Palmeiras apregoa que essa verba ajuda a contratar jogadores, pagar salários e investir em melhorias para o time.

Foram necessários três anos para os clubes verem que o argumento para adesão ao sócio-torcedor não é o ingresso para o jogo. As companhias aéreas já tinham sacado isso há algum tempo, quando seus programas de milhagem deixaram de dar desconto apenas em passagens para serem clube de relacionamento para vários setores da economia.

O salto do Palmeiras, turbinado pelo novo estádio, é claro, mostrou que os outros clubes podem crescer sem depender de ingresso. Para isso, porém, é preciso mudar o argumento de venda. O ano de 2015 servirá para, quem sabe, traçar a rota em busca dos previstos 3 milhões de associados em todo o país. E é nessa hora que outras empresas verão que há um real benefício de falar com esses sócios.

O futebol não vive só de exposição de marca.

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